sexta-feira, 30 de setembro de 2011

NECROLOGIA INDUSTRIAL



Antiga fábrica de resinas em Ortiga-Gare, chamava-se SORECE. Incapaz de competir com os preços da resina praticados pela República Popular da China, deixou de laborar há já algumas décadas. O seu principal impulsionador e sócio foi o senhor Pias  e teve como administrador o senhor Francisco Roseiro.

MEMÓRIA - 30 DE SETEMBRO DE 1969

O TEMPO E  LAVRADOR

Naturalmente que também aqui foi sentido o abalo telúrico da passada semana, que passou sem deixar prejuízos materiais, e que muita gente nem sequer notou. Entretanto, as chuvas constantes que cairam na primeira quinzena deste mês - mês de colheitas e vindimas - vieram dar mais uma machadada na abalada "saúde financeira" do lavrador. Estão agora a colher-se os milhos, aproveitando o "veraneio" que está decorrendo, para logo depois se tratar da apanha das uvas, bem estragadas pelo tempo que lhes não foi de feição. E é assim a vida do lavrador na terra que tanto ama... 

In Diário de Coimbra - 30/Setembro/1969

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

MEMÓRIA - 28 DE SETEMBRO DE 1971

PISCINAS MUNICIPAIS

Se bem que ainda se não encontrem concluídas, já estão abertas ao público as piscinas municipais, uma de crianças outra de adultos. Entretanto, a Câmara Municipal, em boa hora, e com o intuito de fomentar a prática da natação, abriu cursos gratuitos, orientados por professor especializado, destinados a crianças até aos 12 anos, que têm sido bastante frequentados.

In Diário de Coimbra - 28/Setembro/1971

domingo, 25 de setembro de 2011

FEIRA DE ARTESANATO



Neste passado sábado, dia 24, realizou-se mais uma feira de artesanato, a terceira, levada a efeito no jardim do Largo dos Bombeiros. Os artesãos não passariam da dezena, exibindo um tipo de artesanato nada extraordinário, os visitantes, como tem sido hábito, acorreram em número reduzido. Adquiri duas peças, supostos azulejos, com motivos da nossa vila - a matriz e a antiga escola primária. A verdade é que Mação não tem condições de público, quer em número, quer em apetência, que possa aguentar este tipo de eventos, ainda mais, quando os tempos que correm, são de acentuada economia na aquisição de bens não essenciais.

sábado, 24 de setembro de 2011

JOSÉ NIZA



Médico psiquiatra. Músico, poeta, deputado. Compôs mais de 300 músicas. Autor da mítica canção "E Depois do Adeus", cantada por Paulo de Carvalho e que foi a senha para início da Revolução do 25 de Abril. Exerceu alguns mandatos na Assembleia da República como deputado do PS, em representação do distrito de Santarém. A música, porém, continuou a ser um parte mportante da sua vida. Deixo aqui memória de um camarada de trato afável, extremamente simples, solidário, que recordo de tantas reuniões do Partido Socialista nos tempos em que desempenhei funções directivas a nível distrital. Faleceu em Lisboa aos 73 anos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

JÚLIO RESENDE



Pintor. Licenciado pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1945. Bolseiro em Paris em 1947 pelo Instituto de Alta Cultura. Professor no Alentejo e na Escola de Belas-Artes do Porto. Expõe pela primeira vez no Salão dos Independentes, no Porto, em 1943. Está representado em museus de Portugal, Brasil, Noruega, Finlândia e Bélgica. Autor de um notável painel de azulejos colocado na Ribeira, Porto e também autor dos azulejos que decoram a estação do Metro de Sete Rios, Lisboa. Admirador da luz - a luminosidade é uma das marcas da sua vasta obra. Pintou os retratos dos presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio. Faleceu aos 93 anos. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MEIA-NOITE EM PARIS



Se há um realizador de que não perco uma fita é Woody Allen. Uns filmes mais do que outros, naturalmente, deixaram-me excelentes recordações: Annie Hall, Manhattan, O Agente da Broadway, A Rosa Púrpura do Cairo, por exemplo. Woody Allen foi durante muitos anos além de realizador brilhante, um actor excelente. Abandonou a interpretação há já alguns anos. Mal amado nos Estados Unidos, vive agora na Europa, à semelhança de outros actores americanos, e aqui tem realizado os seus últimos filmes. Match Point em Londres, na capital da Catalunha Vicky, Cristina e Barcelona e agora Meia-Noite em Paris, na cidade luz. A história conta-se em poucas palavras, de casamento marcado, Gil e Inês, estão de visita a Paris na companhia dos pais da noiva. Têm ainda algumas dificuldades em acertar agulhas no que diz respeito à vida em comum: ele é um argumentista de Hollywood que sonha viver em Paris para escrever o romance que lhe trará a glória, ela aspira a uma vida de luxo nos Estados Unidos. Uma noite, perdido na cidade, ao bater das doze pancadas da meia noite, é convidado por Scott Fitzgerald para uma visita a um café da moda dos anos 20, onde virá a conhecer Ernest Hemingway. Em noites sucessivas, sempre após a meia noite, frequentará os locais nocturnos de  Paris mais célebres daquela época, travando conhecimento com as figuras mais importantes de então, Picasso, Dali, Toulouse Lautrec, Manet, o toureiro espanhol Juan Belmonte, Luiz Buñuel, Gertrude Stein, confundindo o sonho com a realidade. Claro, Gil acaba por ficar em Paris, mas já no ano 2010. Uma comédia a não perder, para quem tiver um cinema por perto a exibi-la.  

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MARIA SEM VERGONHA



Gosto muito desta flor humilde, de beleza simples, que me enche os olhos, todas as manhãs, quando a vejo pela primeira vez, na varanda da minha casa. É lilás, mas há-as também brancas e amarelas. Vêem-se por toda a parte. A minha Maria Sem Vergonha quase tem morrido à sede, quando as ausências de Mação se prolongam demasiado. Mas renasce sempre, mal as primeiras águas lhe matam a sede. É como os gatos, tem sete vidas. Um dia cansa-se de viver e prega-me uma partida, seca de vez. Quem a teria baptizado de sem vergonha, nome tão feio para uma flor tão simples. Quando o sol não queimar tanto, corto um punhado de Marias e vou colocá-lo onde está parte de mim. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A MADEIRA É UM JARDIM



Em Fevereiro deste ano um parecer do Tribunal de Contas da Madeira considerava preocupante o valor de 160,9 milhões de euros relativos a encargos assumidos e não pagos. Dois meses mais tarde o mesmo Tribunal veio corrigir aqueles valores, acusando o governo regional de ocultar acordos de reescalonamento da dívida de 184,5 milhões de euros. Este comportamento é punível com multa, porém a lei sobre responsabilidade de titulares de cargos políticos determina pena de prisão até um ano para quem conscientemente a viole. Se Alberto João Jardim, que ontem reconheceu ter ocultado a dívida da Madeira, fosse condenado definitivamente por este crime, teria de se demitir do cargo de presidente do governo. Sabe-se agora que o Presidente da República teve conhecimento da situação financeira da Madeira já no passado mês de Julho, porém não tomou qualquer iniciativa no sentido de aclarar a situação. Também a Procuradoria Geral da República, através do seu representante junto do Tribunal de Contas do arquipélago teve conhecimento da dívida oculta, mas também não diligenciou analisar o "buraco" financeiro. Com a desfaçatez que lhe é habitual, Jardim, culpa os governos da República das dívidas madeirenses.

sábado, 17 de setembro de 2011

FALECEU ELVINO VIEIRA DA SILVA PEREIRA (POMBO)

Foi esta tarde a enterrar o homem que liderou os destinos do concelho por um longo espaço de tempo, desde 1980 até 2001. Tive consigo um relacionamento próximo, estritamente no campo político, primeiro pelas funções que desempenhava de responsável do principal partido da oposição no concelho, depois como membro da assembleia municipal, em vários mandatos, sendo o primeiro em 1983, e, mais tarde, na qualidade de vereador do Partido Socialista, no período de 1990 a 1993. Guardo deste último período o modo correcto e educado do seu trato com os vereadores da oposição. Lamentavelmente no longo período em que governou não foi capaz de criar condições que assegurassem o desenvolvimento de Mação. O concelho está numa situação de catástrofe, quer em termos populacionais, quer em termos comerciais ou industriais. Não se vislumbram sinais de esperança em melhores dias, tudo vai acabando. E também não soube escolher o melhor candidato para lhe suceder, entre aqueles que tinha ao seu dispor. Fica na memória o seu grande voluntarismo e a imensa disponibilidade. Que descanse em paz. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

FICA-TE COM A DÍVIDA ALBERTO JOÃO

                                                Estátua de João Gonçalves Zarco

Abandono hoje o Funchal, será  ao fim da tarde. Aproveitei a manhã para fazer as últimas compras: as lembranças para familiares e amigos. Almocei num pequeno restaurante "O Encontro" na rua dos Murças, próximo da estátua do descobridor da Madeira João Gonçalves Zarco, onde se come barato e com abundância. Aproveitei para me despedir da poncha, ali muito agradável pelo sabor forte a limão. Horas depois, sob chuva intensa, entrei no avião da TAP e rumei a Lisboa.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

PORTO SANTO



Finalmente satisfiz um sonho antigo: visitar a ilha do Porto Santo, a 75 quilómetros do  Funchal. A viagem no navio Lobo Marinho demorou precisamente 2h-15m. Num mar calmo, águas muito azuis, muito agradável. Durante muito tempo acompanhámos a costa da ilha da Madeira. Emociona, longe da terra, sulcarmos as águas do Atlântico em direcção ao Porto Santo. Sucedia, pela primeira vez na minha vida, uma viagem marítima. Tudo acontece, pelo menos, uma vez. Havíamos deixado o porto do Funchal e zarpado em direcção à vila baleira  precisamente às oito horas. Próximo das dez avistámos a ilha do nosso destino e precisamente à hora prevista - 10h-15m - atracávamos, após manobra difíceis mas rápidas. Do porto avista-se um imenso areal a bordejar a ilha banhado por um maravilhoso mar azul. Ao longe montanhas despidas de qualquer vegetação, negras. áridas, inóspitas. Do habitual périplo turístico confirmei quão desagradável é Porto Santo, falta-lhe vegetação, apesar dos esforços feitos para contrariar esta tragédia, mas o problema é, acima de tudo, a falta de água. Amenizava a rudeza da paisagem um extenso mar azul em pano de fundo. Poucas casas no interior da ilha, muitas delas em ruínas. Num vale sem qualquer vegetação vi uma manada de cavalos alimentados, naturalmente, por rações. Automóveis poucos, pessoas nenhumas. Descemos para o planalto e passámos junto do aeroporto, o primeiro a ser construído na Madeira, por alturas de 1960. Informam-nos que no Porto Santo existe uma escola secundária mas não tem hospital ou sequer maternidade. Grávidas e doentes são evacuadas por helicóptero para o Hospital do Funchal. Cruzámos a zona dos hotéis, bastantes e luxuosos. A guia informa que o Cristiano Ronaldo comprou aí um extensa zona de terrenos para construir um grande complexo turístico. Também aqui, pelo que ouvimos, Alberto João Jardim, não dispõe de grandes simpatias. Há poucos empregos, apenas o Estado, as autarquias locais e o turismo proporcionam alguns postos de trabalho. Infelizmente para as gentes do Porto Santo o turismo é absolutamente sazonal, apenas funciona no Verão. De Inverno somente um hotel se mantém em funcionamento. O abastecimento é exterior à ilha, por isso, os bens essenciais são caros e por vezes rareiam. Porto Santo como todas as vilas madeirenses não é bonita, para além da praia maravilhosa, possui um igreja interessante, ao estilo das igrejas da Madeira e a Casa de Colombo que, diz a tradição, viveu no Porto Santo. Para além da viagem no Lobo Marinho e a praia pouco mais há de interessante na vila baleira. 

NAVIO LOBO MARINHO

                                                      Navio Lobo Marinho

O navio Lobo Marinho, em serviço desde Junho de 2003, veio substituir outro barco, com o mesmo nome, que demorava mais uma hora a efectuar a ligação Funchal-Porto Santo, actualmente percorrida em duas horas. O actual ferry-boat foi construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, sendo o primeiro navio de passageiros construído em Portugal nos últimos anos. É um pequeno paquete de luxo. Custou 35 milhões de euros. Com interiores de grande qualidade, possui restaurantes, salões de estar, cinema. Transporta 1150 passageiros e 160 veículos. Mede 112 metros de comprimento e 20 metros de largura. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

FUNCHAL

                                                          Sé do Funchal

Aproveitei para dar uma volta pelo Funchal  num desses autocarros panorâmicos sightseeing. Gostei bastante, Apesar de já conhecer relativamente bem a capital da Madeira fui descobrir locais que jamais havia visitado. Passei, por exemplo, bem perto do campo de futebol do Marítimo, de seu nome estádio dos Barreiros, por zonas habitacionais de luxo, pelo hospital, zonas que desconhecia totalmente. Aliás foi a primeira vez que utilizei este tipo de transporte para visitar uma cidade. Tinha alguma relutância em fazê-lo, mas  como fiquei tão bem impressionado, não desdenharei  continuar  a utilizá-lo para melhor conhecer a cidade que visito.

domingo, 11 de setembro de 2011

MADEIRA STORY CENTRE

                                                   Pintura numa Porta na Zona Velha do Funchal

Na zona velha do Funchal situa-se o "Madeira Story Centre". A Madeira ainda é Portugal, mas este pequeno museu que nos relata a história da Madeira, desde o descobrimento até aos dias de hoje, tem o seu nome em inglês. Bizarrias. É um museu pequeno mas muito interessante, ficamos a saber tudo sobre a história da Madeira desde o seu descobrimento até aos dias de hoje. As invasões dos franceses, os ataques dos piratas. O valor que as culturas do açúcar e do vinho tiveram para a economia do arquipélago. As pragas que atacaram as videiras e praticamente destruíram a produção vinícola. A importância da família Blandy no Funchal. A criação da indústria dos bordados para colmatar as perdas efectuadas com o declínio da viticultura. A história do histórico Hotel Reids.Os famosos que o frequentaram. Como a Madeira se tornou a esperança de cura, pelo seu clima, para os doentes de tuberculose. António Nobre foi um dos que passou pelo Funchal na busca de cura para os seus males. A linha aérea que de Bristol ligava ao Funchal por hidroavião e que terminou devido a um acidente ocorrido no Reino Unido. O funchalense comum não ama Alberto João Jardim, ouvi mesmo apelidá-lo de bêbado. Não se interessa pela política. Estamos em pleno período pré-eleitoral, as eleições efectuam-se a 9 de Outubro. Numa acção de campanha passou por mim o inefável José Manuel Coelho com as suas atitudes costumeiras. O visitante que como eu tinha percorrido a ilha há trinta anos nota o progresso ocorrido em todos os campos, Alberto João Jardim transformou completamente a ilha, mas não me parece que isso  traga grande felicidade aos madeirenses.  

sábado, 10 de setembro de 2011

RIBEIRA BRAVA

  

A igreja matriz da Ribeira Brava tem sido considerada ao longo dos anos como o monumento regional com melhor apresentação. A zona pastoral está actualmente confiada aos Dehonianos. A data provável da fundação da freguesia é 1460.

VIAGEM À MADEIRA PROFUNDA

                                               Piscinas Naturais de Porto Moniz

Fui visitar a parte ocidental e noroeste da ilha. Partimos em direcção a Ribeira Brava, nome que lhe vem da ribeira que atravessa a vila e que em tempos de grande invernia apresenta um grande caudal difícil de controlar. Ainda neste município decorrem as obras de recuperação dos estragos provocados pela ribeira durante a catástrofe do ano passado. Possui uma pequena mas bela marginal, junto à praia, que é muito desagradável, não tem areia, mas calhaus grandes e negros. O mar é lindo e apetece mergulhar nele. Ribeira Brava é feia, escondida pelos montes que a rodeiam. Vale-lhe a igreja, antecedida por um amplo largo com aquele maravilhoso tapete que as pedras em basalto lhe dão. Partimos para a Encumeada, a 1007 metros de altitude, lugar de visita obrigatória na ilha. Deste local, através de um extenso vale, avista-se o mar tanto a norte como a sul. Sempre circulando numa excelente auto-estrada rodámos em direcção a Porto Moniz, passámos junto a um extenso parque eólico, com elevada quota parte no fornecimento de electricidade à região e pela floresta laurissilva, considerada  património mundial pela Unesco. Atingimos Porto Moniz famoso pelas suas piscinas naturais. As rochas que se transformaram em piscinas foram bem aproveitadas, dispondo de excelentes estruturas de apoio. Deu-me vontade de ficar naquela maravilhosa piscina. As ondas batiam e as águas invadiam aqueles lagos naturais. Como terra Porto Moniz nada tem de atraente. Seguimos para São Vicente, onde nos esperava o almoço, recordo o excelente peixe espada que nos serviram cozinhado à maneira da região.  O restaurante tem uma interessante particularidade é rotativo, principiei a almoçar com os olhos virados para terra e acabei o almoço a olhar para o mar. Do nível do mar passámos rapidamente para 1418 metros de altitude e de um dia soalheiro no Funchal para muitas nuvens e chuva. Abandonado São Vicente rumámos ao Cabo Girão, o cabo mais alto da Europa - 580 metros - mas o nevoeiro pregou-nos uma partida, era tão intenso que não foi possível avistar o mar. A viagem aproximava-se do seu final, faltava-nos visitar Câmara de Lobos, nome que lhe vem do tempo da descoberta, por ser local em que abundavam os lobos marinhos, agora reduzidos a uma pequena colónia nas Ilhas Selvagens. A pequena enseada cheia de embarcações de pesca, continua a ser tão bela como nos tempos em que o antigo primeiro ministro da Grã-Bretanha, Winston Churchill, a visitou por duas vezes e pintou aí alguns dos seus quadros. Uma lápide numa varanda voltada à enseada atesta a passagem do famoso político. Atravessei algumas ruelas, pejadas de bares e com muitos madeirenses bebendo, era sábado. dia de descanso.  Em Câmara de Lobos abundam as mães solteiras, com muitos filhos, oito, nove, cujos pais desconhecem, dizem-me. Também existe um teleférico, mas não o descortinei. A viagem terminava aqui. Breve estava no hotel, mas confesso, sem vontade de fazer outra viagem pela ilha.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MERCADO DOS LAVRADORES

                                                   Capela de Santa Catarina


O Mercado dos Lavradores, num dos extremos da cidade, é destino habitual de turistas. Situado na Rua Brigadeiro Oudinot, é um edifício amplo, de traça pouco interessante, com dois pisos, semelhante aos nossos mercados tradicionais, comércio à mistura com talhos, frutas, legumes, cafés, o costume. Abunda o peixe fresco e, pareceu-me, de boa qualidade. Vendem-se as hortículas que todos conhecemos, batatas, cebolas, couves, etc., mas há também à disposição dos  compradores uma enorme variedade de frutos tropicais, não consegui apurar se de produção local ou importados, além, claro está, de bananas cujas plantas se vêem por toda a ilha. Ainda que não seja conhecedor notei os preços mais elevados do que no continente. À tarde passeei pelo Parque de Santa Catarina, não com tantas flores como os folhetos turísticos nos mostram, mas mesmo assim , com belas árvores, muitas plantas, lagos, um magnífico anfiteatro e uma vista fabulosa sobre a baía e a cidade do Funchal. Perto, um pouco mais acima, situa-se a Quinta da Vigia, residência oficial do "imperador" Alberto João Jardim.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

TELEFÉRICOS



Experiência inesquecível, a viagem de teleférico que nos conduz desde a estação situada no jardim do Almirante Reis até ao Jardim tropical Monte Palace. Tem-se uma vista soberba sobre o Funchal, a baía, o casario que se espraia pelos montes que rodeiam a capital da ilha. Esta viagem de teleférico é absolutamente imperdível. Há mais dois teleféricos, um ligando o Lago das Babosas ao Jardim Botânico, no Funchal, o outro em Câmara de Lobos.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

NO REINO DE ALBERTO JOÃO JARDIM



Eis-me de novo na ilha da Madeira, mais de trinta anos após a primeira visita. A viagem desde Lisboa foi excelente, o Airbus é bem diferente daquele avião de há três décadas atrás, tratava-se então de um voo charter. A aeronave dançava    qual borboleta açoitada pela brisa, o que levou os passageiros, quando aterrámos, a saudar o piloto com uma vibrante salva de palmas. O aeroporto do Funchal era, nesse tempo, mais curto e estava ainda presente na memória de todos o acidente de há poucos anos, em que um avião não conseguiu travar e se despenhou no mar, tragédia de que resultou a morte de muitos passageiros. A pista foi posteriormente aumentada com um prolongamento sobre o mar e os edifícios ampliados com evidentes melhorias para os passageiros. Sol e muito mar azul foram as primeiras impressões que recolhi da Madeira. De caminho para o Funchal, percorrendo excelentes auto-estradas, atravessando túneis (são mais de duzentos dizem-me), uma ilha completamente diferente daquela da década de 80, em que se tinha de circular com muita precaução, pois as estradas eram demasiado estreitas para o trânsito existente. O motorista, a quem vou puxando pela língua, fala-me da obra feita pelo governo regional, muitas coisas úteis, mas também muitas obras perfeitamente desnecessárias, do flagelo do desemprego, mais de 18.000 sem trabalho, numa população de 247.000 habitantes, é um valor respeitável. Neste contacto inicial com a Ilha da Madeira ficam-me os olhos na beleza que é a baía do Funchal. Rolar com a cidade à vista e atingir o Lido, com a sua famosa piscina destruída pelos temporais de 2010 e aguardando recuperação, talvez mais um projecto megalómano de Alberto João Jardim. Largar as malas e abalar em busca de aconchegar o estômago, já passava há muito das três da tarde, seria difícil no continente encontrar quem nos servisse almoço, mas naquela zona turística foi extremamente fácil. Como vim a confirmar as ementas dos restaurantes são muito parecidas, à base de peixe espada e espetadas. Comi um excelente peixe grelhado, de nome bodião,com sabor a mar, de tão fresco que era. Saiu-me o almoço um pouco caro em relação aos restaurantes portugueses. Mas enfim estava numa zona turística. Decidi ir revisitar o Funchal, ali tão perto, pois a curiosidade era imensa, saber quanto tinha mudado em trinta anos. Utilizei um autocarro de transportes públicos, completamente cheio, que me levou até próximo da zona da marina. O bilhete custou 1,80 euros. Notavam-se poucas alterações em relação à minha anterior visita. Passeei ao longo da muralha admirando a bela baía do Funchal e atingi o Forte de São Tiago já na cidade velha. Regressei por uma das ruas dessa zona, pejada de restaurantes, fui ouvindo convites para jantar aos quais fazia ouvidos de mercador. Invariavelmente falavam-me em inglês. As pernas começavam a dar sinais de cansaço e, bem perto da sede da Electricidade da Madeira, onde se encontra instalado um interessante museu relacionado com a empresa, uma agradável esplanada acolheu-me e à minha fadiga. Bebi, com gosto, uma cerveja Coral, produto madeirense. À minha frente, num grande edifício abandonado, uma alta chaminé emergia. Tratava-se de uma antiga moagem. Jantei, já tarde, num restaurante junto à Sé do Funchal. Ao ar livre, porque a noite estava bem quente. Provei o famoso bolo do caco, pão com manteiga de alho, apreciei, mas não irei repetir a experiência

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

FINAL DE FÉRIAS

                                                      Tour Noire - Bruxelas

Ao fim da tarde, após diversas peripécias incompreensíveis e que nada dignificam a TAP, e já noutro vôo diferente daquele para o qual tinham sido comprado bilhetes, em duas palavras novo caso de overbooking da transportadora nacional, regressaram a casa após férias que serviram para recuperar de um ano de intenso trabalho e matar saudades da família e da pátria. Dentro de alguns meses, muitos para uns o normal para outros, voltaremos a encontrar-nos. O Natal é já quase ao dobrar de poucos meses. As saudades de Portugal ou melhor da sua vida e dos seus amigos atormentam o B. O reencontro próximo com os amigos estrangeiros e portugueses residentes em Bruxelas alegra o D.    

domingo, 4 de setembro de 2011

SER MAÇÃO RISCO E MOVIMENTO



Passei pela antiga escola primária para visitar a exposição que pretende contar histórias das gentes de Mação, apresentando objectos escolhidos pelos seus habitantes, segundo a informação do excelente catálogo, muitos desses objectos, também, por eles cedidos. É uma mostra interessante, mas aquém dos seus propósitos, pecando por tratar superficialmente a indústria têxtil, tão importante durante mais de um século para as pessoas de Mação. Não seria difícil recrear um tear de "pau", como então eram conhecidos, existentes em tantas das nossas casas, e que representavam uma importante mais valia para a economia doméstica.     

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

HOJE HÁ NOVE ANOS

Com o dia a findar partiu. Só Deus sabe para onde. Sem lhe poder cerrar os olhos e receber, talvez, o seu último sorriso. Petrificado ouvi o inesperado e doloroso  anúncio. Chorámos abraçados, para mitigar aquela tão intensa dor. Um grande e feliz capítulo da vida terminava hoje mas há nove anos.